O programa de desenvolvimento Nova Indústria Brasil (NIB), do governo Lula, foi anunciado em 22 de janeiro de 2024, portanto, há um pouco mais de um ano. O programa foi recebido com grande ceticismo por parte da imprensa, analistas e mercado financeiro, comparando-o com outros programas da indústria dos governos petistas anteriores que não tiveram resultados satisfatórios.
O programa Nova Indústria Brasil demonstra o compromisso do governo com a neoindustrialização do País. Com isso, quer prover o Brasil de uma indústria mais forte, inovadora, competitiva e exportadora, gerando empregos e renda para os brasileiros.
Dos poucos países, de muitos, que conseguiram alcançar uma posição de alta renda per capita, ou seja, países desenvolvidos, tiveram a indústria como a força motriz do crescimento econômico. Estados Unidos, Europa, Coréia do Sul, Japão são alguns exemplos. Já o Brasil, que teve o seu auge do setor industrial até o final da década de 70, entrou em profundo decréscimo da participação da indústria no PIB a partir dos anos 80 com a onda neoliberal. Com esta onda, o Brasil transformou-se, a partir da década de 80, em um grande “fazendão”, grande exportador de matérias primas e importador de produtos industrializados. Resultado: continuamos com a doença da renda média, sendo um país emergente.
Portanto, o programa de apoio a indústria brasileira, a NIB, tinha e tem como objetivo uma neoindustrialização do país.
Com um pouco mais de 1 ano do projeto, o total computado de investimentos no período é da ordem de R$ 3,4 trilhões, valor equivalente a 29% do PIB do Brasil de 2024. Do total deste investimento, R$ 2,2 trilhões virão do setor privado com apoio de financiamento do BNDES.
Os resultados do 1º ano, 2024, foram bem significativos, crescimento de 3,1% da indústria geral; 9,1% do setor de bens de capital; 3,5% do setor de bens de consumo e 10,6% do setor de bens de consumo duráveis.
Para confirmar a boa performance do setor industrial em 2024, no dia 08 de abril, o Jornal Valor Econômico deu com exclusividade o resultado do ranking de desempenho da indústria de transformação em 2024, numa comparação mundial. A informação é do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), produzido a partir de dados da Unido (United Nations Industrial Development Organization), agência da ONU para desenvolvimento industrial.
O Brasil ficou em 25º no ranking. A melhor posição até então tinha sido em 2020, 43º lugar. Antes do programa NIB, o Brasil amargou o 70º lugar em 2022. No 3º trimestre de 2024, o Brasil já constou no ranking na 20º posição.
Pelo tamanho geográfico e pelo mercado consumidor brasileiro, o Brasil tem que estar sempre entre os 10 maiores parques industriais do mundo. É só acreditar.

Marcos Freitas,
doutorando em Turismo, Mestre em Finanças, economista e sócio-fundador da AM Investimentos.