Como vimos em minhas últimas colunas, o conselho consultivo é um grupo que ajuda empresas a tomarem melhores decisões, sem ter poder para decidir diretamente. Ele é composto por conselheiros que debatem, sugerem ideias e dão recomendações aos sócios e executivos. Essas sugestões não são obrigatórias, mas ajudam a empresa a se planejar, antecipar problemas e adotar boas práticas de gestão e estratégias que fortalecem o negócio, por isso é tão importante compreender seu funcionamento.
Os conselheiros consultivos têm um papel essencial: oferecer uma visão imparcial e especializada. Eles devem entender bem o mercado, os desafios da empresa e as tendências, como tecnologia ou inovação. Além de conhecimentos técnicos, como finanças ou estratégia, precisam ter habilidades como inteligência emocional, comunicação clara e respeito pela cultura da empresa. Em empresas familiares, conselheiros independentes (sem laços com a empresa ou família) são valiosos para mediar conflitos e trazer neutralidade.
O perfil ideal de um conselheiro combina experiência empresarial com sensibilidade para entender a dinâmica da empresa. Ele deve promover debates construtivos, sugerir soluções inovadoras e ajudar a planejar o futuro do negócio. A confiança entre conselheiros, sócios e executivos é fundamental para que as recomendações sejam bem recebidas e alinhadas aos valores da empresa.
O presidente do conselho consultivo é quem lidera as reuniões, garantindo que todos participem e que as discussões sejam produtivas. Ele define a pauta, organiza os temas com antecedência e gerencia conflitos, criando um ambiente de diálogo aberto. Pode ser um sócio ou fundador, mas precisa ter habilidades de liderança e experiência em governança para conduzir o conselho de forma eficaz.
O secretário do conselho (ou Governance Officer) é responsável por organizar as reuniões e documentar tudo o que acontece. Ele agenda encontros, distribui materiais com antecedência e faz atas detalhando as discussões e recomendações. Também garante que as atividades sigam as regras da empresa e as boas práticas de governança, mantendo a comunicação clara entre conselheiros, sócios e executivos.
A agenda do conselho consultivo deve ser bem planejada, com temas alinhados aos objetivos estratégicos da empresa, como planejamento de longo prazo ou gestão de riscos. Antes das reuniões, os conselheiros recebem relatórios e se preparam para debater. Durante o encontro, o presidente mantém o foco na pauta, incentivando ideias e soluções. Após a reunião, as recomendações são documentadas, com prazos e responsabilidades claras.
Avaliar o desempenho do conselho é importante para melhorar continuamente sua atuação. Coletar opiniões dos membros e sócios ajuda a ajustar a dinâmica das reuniões e a composição do grupo. Assim, o conselho consultivo se torna uma ferramenta poderosa para fortalecer a empresa, promovendo decisões mais acertadas e eficazes.

Ronaldo Guedes,
sócio da Lure Consultoria, Coordenador
do IBGC e Diretor da Acieg.