As cooperativas educacionais têm ganhando destaque em Goiás e no Brasil, por um motivo especial: promovem uma educação mais humana, inclusiva e alinhada a valores como solidariedade, participação e responsabilidade social.
Grande parte desse diferencial está ligada ao 5º princípio do cooperativismo: Educação, Formação e Informação. É por meio dele que o cooperativismo se mantém vivo e relevante, investindo na formação contínua de seus membros e na construção de comunidades mais conscientes e engajadas.
Em Goiás, uma iniciativa importante nesse sentido é o convênio entre o SESCOOP/GO e o Sesi/GO para a implementação dos projetos SementesCoop e Jogar+Aprender. As ações-piloto integram o conteúdo escolar aos valores do cooperativismo e do empreendedorismo, funcionando como modelo para futuras parcerias com a rede pública.
Ao levarmos esses princípios às crianças desde cedo, planta-se a semente de um futuro mais colaborativo e menos competitivo.
As escolas cooperativas mantêm a grade curricular definida pelo MEC, é claro. Mas ela é enriquecida com atividades práticas, baseadas nos valores cooperativistas. Isso transforma o ambiente escolar em um espaço de vivência democrática, respeito mútuo e protagonismo juvenil.
Os jovens formados sob essa ótica tendem a se tornar cidadãos mais preparados para os desafios sociais e econômicos do século 21.
Existem 213 cooperativas educacionais no Brasil, segundo o Anuário do Cooperativismo 2023. São quase 193 mil cooperados e mais de 4,6 mil empregos gerados. O setor mantém 168 escolas em todo o País, entre comunitárias, filantrópicas e particulares. Em Goiás, o Sistema OCB/GO reúne sete cooperativas educacionais de pais e responsáveis, com 6.657 cooperados, e que geram cerca de 400 empregos diretos.
Entretanto, embora já consolidado, o cooperativismo educacional ainda enfrenta desafios. Um dos principais é a formação de professores capacitados. Para isso, é essencial investirmos mais na qualificação do corpo docente, garantindo que os valores do cooperativismo sejam trabalhados com profundidade e entusiasmo.
Ampliar o alcance dessa proposta exige parcerias entre cooperativas, instituições de ensino e poder público. Só com união e planejamento será possível fortalecer a cultura da cooperação nas escolas brasileiras.
A educação é o alicerce de uma sociedade mais justa. Valorizar o papel das cooperativas nesse processo é apostar em um futuro menos individualista, mais justo e solidário.

Luís Alberto Pereira,
Presidente do Sistema OCB/GO e cooperativista há mais de duas décadas.