O cruzamento de estudos de economia, considerando dados de médio e longo prazos, mostra que o brasileiro tem uma renda per capita em crescimento, mas, o poder de compra do que recebe é menor do que há 15 anos atrás. Estudos considerados na comparação: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e da Cortex. O ponto é que o foco também vem mudando com o tempo, sendo que o consumo prioritário foi migrando aos poucos de produtos (indústria e varejo) para serviços – como internet e plataformas. Em Goiás, a situação é semelhante e até mais acentuada: a população goiana é a segunda que mais utiliza internet no País. Mais tempo na rede significa mais consumo de serviços – o que reduz o poder de compra de outros itens.
AOS NÚMEROS
O IBGE informa que 94% da população goiana com 10 anos ou mais utilizou a internet em 2024. Estamos falando de 6,1 milhões de pessoas. O eixo Goiânia-Brasília impulsiona esse consumo no país, com a capital do DF liderando o ranking, com 95,9%.
GO x DF
Os brasilienses puxam este ranking há alguns anos (desde 2016). Goiás costuma ser o vice em boa parte das vezes. A exceção foi 2023, quando as posições se inverteram: Goiás liderou e DF ficou em segundo.
MUNDIAL
A opção de gastar o que ganha mais com serviços (destaque para o pacote internet e produtos de aplicativos) é tendência mundial. A indústria, principalmente, já se adapta em todo mundo a nova realidade dominante do setor de serviços.
MIGRAÇÃO COMPLETA
Neste caso, não migra só o consumo. O setor de serviços já é de longo o que mais emprega e gera novas vagas, com mais de um terço em todas pesquisas apresentadas. E junto, veio o salário. Quem paga mais, normalmente, é quem cresce mais.
MULTICANAL
A pesquisa aponta que o uso da internet vai além do celular, que responde por 43,2% do acesso preferencial. Mas a vantagem é que 99,1% da população o utiliza. Observando o uso, a TV já ultrapassou o computador: 46,4% contra 31,9%.
TV
A televisão, de 2016 para cá, saltou de 11,2% para 46,4%. Maior programação, avanço do streaming de filmes e sites de vídeos (principalmente para consumo de música) foram determinantes.
60+
A internet é coisa de jovem, né? Não é bem assim. A população com 60 anos ou mais é a que mais registra crescimento. Segundo o IBGE, esse percentual mais que triplicou em oito anos. Em Goiás, 77,3% desse grupo populacional acessa a internet. O salto foi grande, pois, em 2016, a taxa era de 21,5%.
CRIANÇAS
Mantendo a liderança, a faixa etária de 25 a 29 anos, com 99,4%. No entanto, cresce ainda o uso entre 10 e 13 anos. Em 2016, era 44% da faixa etária, saltando para 62,6% (2023), mas teve ligeira queda em 2024.
LEI
A queda está vinculada às leis que passaram a limitar ou proibir o uso nas escolas e que já afetam taxa de uso. No entanto, três em cada cinco crianças (de 10 a 13 anos) têm aparelho para uso pessoal.
RENDA
Um outro estudo, da Cortex, divulgado pela revista Veja, aponta que a renda do brasileiro caiu neste mesmo período – nos últimos quinze anos. Em valor nominal, cresceu, mas na realidade, o poder de consumo é bem menor.
QUEDA
Aplicando a correção do período e usando valores de 2025, a renda média real das famílias no País atual é de R$ 5.480,76, ante os R$ 5.638,18, registrados em 2010.
SENSAÇÃO DE POBREZA
Boa parte do ganho no período ficou na inflação – que bateu de longo o aumento dos salários. Como a carga tributária também subiu, a sensação de empobrecimento dominou quando se compara o período.
CARRINHO VAZIO
Aquela frase muito repetida continua valendo: “gastei metade do salário no supermercado e nem encheu o carrinho”. Nada pior para uma economia do que consumidores empobrecendo ou se sentindo mais pobres.
DICA DA SEMANA
Livro sobre indústria na final do Jabuti Acadêmico

O livro Neoindustrialização Brasileira, organizado pelo engenheiro Sérgio Knorr Velho, está entre os finalistas da 2ª edição do Prêmio Jabuti Acadêmico. A lista dos finalistas em várias categorias foi divulgada nesta terça-feira (22) pela Câmara Brasileira do Livro (CBL). O livro reúne 14 artigos escritos por 20 estudiosos, acadêmicos, técnicos e analistas ligados aos setores público e privado, e discute as razões da desindustrialização brasileira e a retomada das políticas públicas nessa área, apresentando propostas, limites e desafios da neoindustrialização.
Os autores são: Luiz Carlos Bresser-Pereira, Luiz Gonzaga Belluzzo, Tatiana Farah, Verena Hitner, Cristina Reis, Milene Tessarin, André Nassif, Paulo César Morceiro, Celso Pancera, Rafael Dubeux, José Luis Gordon, João Paulo Pieroni, Caetano Penna, Adalmir Marquetti, Pedro Fonseca, Hudson Mendonça, Mario Bernardini, Antônio Carlos Diegues e Jackson De Toni.
IPOG e Acieg: MBA em Comex e Internacionalização de Empresas
A Acieg Educação, iniciativa voltada ao desenvolvimento de empresários, e o IPOG lançam a pós-graduação em “Comércio Exterior e Internacionalização de Empresas”. Para apresentar melhor os objetivos do curso, que teve o acompanhamento da entidade na construção da grade curricular, será realizado o webinar “Comércio Exterior na prática: o que você precisa saber para expandir internacionalmente”, no dia 29 de julho, às 19h. Os palestrantes da atividade serão o economista Bruno Martins; a vice-presidente da Câmara Setorial de Comex da ACIEG e coordenadora do curso, Anna Bastos; e a diretora das empresas M2port, Laxl International e CBUP Global e também coordenadora do curso, Marcela Macedo. A inscrição é gratuita. Clique aqui!

Grupo Navesa traz GAC, 6ª maior montadora chinesa, para Goiânia
O Grupo Navesa, referência no mercado concessionário em Goiás e Campo Grande, inaugurou recentemente em Goiânia a primeira unidade da Guangzhou Automobile Group (GAC), a sexta maior fabricante de automóveis da China. Com o lançamento, os consumidores goianos passam a contar com o que existe de mais tecnológico e inovador no mercado de elétricos com o diferencial de um pós-venda estruturado desde peças de reposição ao treinamento de mecânicos e equipe diretamente com o fabricante.

A GAC estreia com uma das redes de concessionárias mais abrangentes para uma recém-chegada ao país. A operação comercial começa com 83 pontos de venda, com expectativa para alcançar 120 pontos nomeados até o fim de 2025, com presença em todas as regiões do país. “O Brasil passa a ser a ‘casa’ da GAC fora da China, por assim dizer, já que estamos falando de um mercado prioritário para a companhia globalmente. Vamos produzir em solo brasileiro carros com as mais modernas tecnologias do mundo. Posso garantir que estamos chegando para inaugurar uma nova era da indústria automotiva no Brasil”, afirma o Chairman do GAC Group, Feng Xingya.