Ao analisar os modelos de gestão das organizações a partir do ano de 1900 e compará-los com os modelos atuais e tendências, observamos uma mudança sem precedentes. Ainda assim, muitas empresas se apegam à práticas de gestão centenárias, enquanto enfrentamos um novo paradigma: a integração entre inteligência humana e artificial na gestão organizacional.
Mesmo com novas ferramentas, muitas decisões continuam sendo tomadas da mesma forma há mais de 50 anos. Mas agora, um novo fator exige adaptabilidade: a integração entre inteligência humana e artificial na gestão organizacional.
Na Teoria Geral da Administração (TGA), aprendemos os cinco pilares fundamentais: Tecnologia, Ambiente, Pessoas, Estrutura e Tarefas.
Esses componentes devem ser integrados e interconectados em uma organização para que seja possível realizar um planejamento de longo prazo e definir um modelo de gestão, avaliação e controle eficaz.
Porém, os últimos dois anos nos levaram a adicionar um sexto componente crucial: a Inteligência Artificial Aumentada (IAA) – não como substituta, mas como amplificadora das capacidades humanas e da produtividade acelerada.
A IA não elimina o papel do gestor, mas eleva o nível de exigência sobre suas competências. A partir de agora, liderar não será mais apenas coordenar pessoas, mas conduzir ecossistemas híbridos, com colaboradores humanos e agentes autônomos trabalhando juntos.
Essa nova realidade já está em prática em empresas que usam modelos generativos, agentes autônomos, sistemas cognitivos e assistentes inteligentes que geram relatórios, preveem tendências e automatizam tarefas complexas.
É um modelo que exige um novo tipo de líder — não o que rege pelo microgerenciamento e que controla tudo, mas o que sabe perguntar bem para a IA, organizar os desafios entre dados, processos e novas tecnologias, e que mantém as pessoas no centro, capacitando-as sempre.
A IA exige mais do humano, não menos. Exige criatividade, análise crítica, empatia e visão de futuro. As competências humanas não perderam valor, pois as pessoas podem ser mais estratégicas e menos operacionais.
Empresas que seguem operando com estruturas de 1900 enfrentarão rupturas inevitáveis. O ciclo de planejamento anual, o organograma engessado, os relatórios manuais e as decisões baseadas em instinto darão lugar a painéis em tempo real, modelos preditivos e fluxos automatizados que pensam e decidem com você — não por você.

Paolo Umberto Petrelli,
Consultor em Inovação e IA, com mais de 150 empresas transformadas, professor de MBA e especialista em Design Thinking, Liderança e Vendas.