Por Rafael Vaz
Em uma época em que o esgotamento não é mais exceção, mas rotina, é inevitável refletir sobre o que estamos cobrando — de nós e dos outros. A matéria principal desta edição traz à tona um tema urgente e necessário: a saúde mental no ambiente corporativo. A conta da alta performance a qualquer custo chegou. Empresas que ainda operam sob a lógica do “líder infalível” e da “produção acima de tudo” estão, pouco a pouco, desmoronando por dentro.
A pandemia de Covid-19 acelerou muitas transformações, mas deixou cicatrizes profundas. A pressão por resultados continua, mas agora o corpo cobra. A mente cobra. E a sociedade também começa a cobrar: por mais humanidade, por mais equilíbrio, por menos maquiagem em cima do burnout. É um alerta que precisa ser ouvido.
Em paralelo, estreando nossa nova coluna Raio X do Centro-Oeste, voltamos os olhos para quem entendeu a importância de estratégia, consistência e inovação: o Grupo Bom Futuro. De uma fazenda arrendada à potência do agronegócio brasileiro, a trajetória é um exemplo de como o Centro-Oeste tem muito mais a mostrar do que o estereótipo de “celeiro do Brasil”. É sobre protagonismo regional, sobre tecnologia aplicada ao campo e sobre uma gestão que sabe onde quer chegar.
E falando em gestão, o perfil desta edição destaca Roberta Tibery, referência na área de marketing e uma liderança que alia técnica, sensibilidade e visão de futuro. Um contraponto bem-vindo à cultura corporativa adoecida, mostrando que é possível liderar com inteligência e empatia.
Vivemos tempos de extremos. Mas também de escolhas. Que os leitores encontrem, nesta edição, bons motivos para refletir e, quem sabe, recalcular a rota.

Rafael Vaz,
Editor da Revista Leitura Estratégica.