O ano é 2025 e nos vemos na era da performance pública. Likes, cliques, métricas de engajamento, selfies, gravações de vídeos e conteúdo. Tudo parece estar sob holofotes (ou algoritmos).
Mas a verdadeira pergunta, aquela que separa empresas passageiras de marcas memoráveis, é silenciosa e incômoda:
Quem é a sua marca quando ninguém está olhando?
Num mundo onde tudo é rastreável, paradoxalmente, o invisível voltou a ser valioso. A ética que ninguém cobra. A qualidade que ninguém mede. A coerência entre o discurso e a prática, mesmo fora da zona de visibilidade.
Hoje, toda marca tem um palco: seus canais, redes sociais, campanhas, eventos, premiações. Mas o que poucas têm é consistência de bastidor. E é nela que se constrói a confiança que dura mais do que a próxima trend viral.
Isso vale especialmente para empresas do Centro-Oeste, que vivem uma expansão estratégica e atraíram olhares do mundo – no agro, na logística, na energia, na tecnologia. Estamos falando de negócios que sustentam cadeias produtivas inteiras, mas que ainda tratam branding como se fosse “cosmético”.
Marca não é o que você publica. É o que permanece, com coragem, quando tudo muda.
É o que seu fornecedor diz sobre você numa reunião fechada.
É como seu time te descreve num almoço em casa, sem crachá.
E mais: é o que seu cliente sente quando ninguém está tentando convencê-lo.
A revolução da inteligência artificial, da automação e da eficiência de dados é bem-vinda. Mas há algo que algoritmo nenhum substitui: reputação.
E reputação não se escala. Se constrói.
Nos próximos anos, veremos uma onda de empresas que vão escalar sem alma. E vão cair pelo mesmo motivo.
Porque o branding que importa é aquele que está embutido nas decisões, não só nos discursos. Na governança, nos bastidores, nos processos. Uma marca forte se reconhece até na ausência de câmera.
Empresas verdadeiramente inovadoras não são aquelas que lançam o próximo app. São as que conseguem ser a mesma empresa, dentro e fora do palco.
No fim do dia, o consumidor pode não saber tudo sobre a sua empresa.
Mas ele sempre vai sentir quem você realmente é.
E sentimento, como você bem sabe, é o último ativo que a concorrência não consegue copiar.

Ciro Ribeiro Rocha,
fundador da Enredo Brand Innovation.