Nos últimos anos, o crescimento deixou de ser o principal desafio de muitas empresas.
Elas vendem. Expandem. Ganham mercado. Mesmo assim, enfrentam um problema mais sutil e perigoso: a desconexão entre o que são e o que parecem ser.
Porque marca, no fim do dia, não é o que a empresa comunica.
É o que a empresa projeta — com ou sem intenção.
É o que seu time sente.
É o que o mercado interpreta.
É o que os clientes contam quando você não está na sala.
E aí vem o paradoxo: quanto mais a empresa cresce, mais difícil fica sustentar coerência.
Mais áreas, mais produtos, mais pessoas, mais narrativas. Tudo parece oportunidade.
Até que a marca começa a falhar em fazer o que deveria fazer melhor: alinhar.
Marca não é o último passo. É o primeiro filtro.
Não serve só para vender. Serve para decidir.
Ela ajuda a dizer sim, mas acima de tudo, a dizer não.
Negócios maduros não precisam de novas campanhas. Precisam de um novo eixo de sentido.
Se a sua empresa está indo bem nos números, mas você sente que perdeu o “fio da alma”, olhe para a marca.
Se a cultura está produtiva, mas sem tesão, olhe para a marca.
Se as decisões estão sendo tomadas sem clareza de identidade, olhe para a marca.
Porque não existe branding forte sem liderança coerente.
E não existe marca coerente sem verdade estratégica.
Em outras palavras: marca é a sua empresa revelada.
Se ela está gerando ruído, talvez não seja um problema de comunicação.
Talvez seja hora de reescrever o centro de gravidade do negócio.

Ciro Ribeiro Rocha,
fundador da Enredo Brand Innovation.