Por Rafael Vaz
Em 1955, no interior de Goiás, nasceu a marca que hoje figura entre as mais presentes nas mesas brasileiras. A Piracanjuba, comandada há 40 anos pelos irmãos Marcos e Cesar Helou, começou sua jornada com um único produto: a manteiga e, 70 anos depois, conta com um portfólio robusto de mais de 200 itens, que vão do leite ao queijo, do creme de leite ao leite condensado, do essencial ao inesperado.
Conectada às necessidades das famílias brasileiras, a marca cresceu com base em três pilares fundamentais: qualidade, inovação e respeito ao consumidor. Foi pioneira ao lançar, em 2012, o primeiro leite UHT zero lactose do mercado e, em 2022, o leite A2 em embalagem longa vida. Esses são apenas alguns exemplos do espírito inovador que guia as decisões do Grupo.
“Quando colocamos no nosso propósito o cuidado que alimenta a vida, traduzimos a essência do grupo, desde os fundadores, que ao longo desses 70 anos sempre se pautaram pela qualidade, seriedade e ética”, destaca Luiz Claudio Lorenzo, presidente do Grupo Piracanjuba.
Ele ressalta que o posicionamento da empresa é claro: “produzimos apenas alimentos que também levaríamos para nossas famílias. Tudo isso está por trás de muita pesquisa e desenvolvimento”. Nessa esteira, a empresa lançou produtos como as bebidas com cereais (quinoa, linhaça e chia) e whey protein, sempre com foco em saúde e bem-estar. “Nossa empresa é inovadora, e isso está na nossa cultura de trabalho”, completa.
Expansão com propósito
Com atuação voltada para o crescimento orgânico, o Grupo Piracanjuba investe fortemente na ampliação de suas fábricas. Alguns marcos foram determinantes para essa jornada, como a expansão para o Sul do Brasil, a aquisição de fábricas da Nestlé e a parceria estratégica para produção e distribuição dos leites líquidos UHT Ninho e Molico. “Essas aquisições vieram graças à qualidade daquilo que já produzíamos. Isso nos deu uma proporção de crescimento muito grande”, explica Lorenzo. A expansão abrangeu unidades em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. “Esses são estados com populações que estão entre as maiores consumidoras do país, o que nos trouxe mais visibilidade e capilaridade”.
Agora, no mês em que celebra sete décadas, a empresa assume uma operação no Nordeste, no cinturão leiteiro de Sergipe. “Estamos muito felizes porque hoje é uma região com muita aptidão leiteira. Vamos reforçar nossa entrada no segmento de queijos e ampliar a produção”, adianta.
Ainda este ano, será inaugurada no Paraná a maior unidade individual de produção de queijos do Brasil. “Vamos fechar 2025 com 4,5 mil funcionários diretos. A cadeia indireta é ainda maior, com mais de 6 mil produtores caminhando conosco. É uma cadeia muito grande, que movimenta muita mão de obra”, afirma Lorenzo.

Piracanjuba ProCampo: fortalecer para crescer
Um dos pilares do sucesso da Piracanjuba é a relação com os produtores. O programa Piracanjuba ProCampo simboliza esse compromisso. A iniciativa oferece capacitações, suporte técnico e acesso à inovação, com o objetivo de tornar cada propriedade mais produtiva e rentável.
“O produtor é primordial em todo o processo. Temos grupos de assistência dentro da empresa para acompanhar e desenvolver os produtores. Existe até uma bonificação por composição e qualidade do leite”, reforça o presidente. “Temos uma equipe de qualidade que não atua para penalizar, mas para desenvolver. Identificamos problemas, fazemos diagnósticos e sugerimos melhorias em manejo, alimentação e sanidade”.
A empresa também disponibiliza o aplicativo Piracanjuba ProCampo e a ProCampo Consultoria, com suporte personalizado para gestão financeira e zootécnica. “Houve uma mudança de mentalidade entre os produtores, que hoje encaram suas propriedades como verdadeiros negócios. A produção de leite tem uma das maiores rentabilidades por hectare no agronegócio”.

Tecnologia, pessoas e futuro
A tecnologia também é protagonista na história da Piracanjuba. “Estamos muito à frente na implantação de sistemas. Temos parcerias para o desenvolvimento de jovens talentos e estamos sempre discutindo como colocar mais inteligência artificial no nosso negócio”, diz Lorenzo. Ferramentas modernas trazem confiabilidade para a operação e facilitam processos repetitivos.
A comunicação com o consumidor também é uma prioridade. “Temos uma equipe própria e não terceirizamos esse processo. Isso faz com que tenhamos reconhecimento, como os prêmios do Reclame Aqui que, ano passado, conquistamos pela sexta vez consecutiva”.
A governança e os valores são elementos estruturais. “Estamos trabalhando em como fazer uma sucessão dos sócios fundadores, com pessoas que conduzam os valores fundamentais do grupo. Me orgulho muito de fazer parte desse momento”, declara.
E se o futuro reserva novos desafios, a Piracanjuba segue confiante. “Temos o sonho da internacionalização e, em algum momento, isso vai acontecer. Sem pressa, mas com preparo”, projeta.
“A base do nosso crescimento é a cultura do valor e do respeito”

Leitura Estratégica: Qual é o grande diferencial da Piracanjuba?
Luiz Claudio Lorenzo – Nosso posicionamento sempre foi produzir alimentos que também levaríamos para nossas próprias casas. Isso significa que tudo o que colocamos no mercado precisa ter qualidade, segurança e carinho. Essa é a nossa essência, herdada dos fundadores e mantida até hoje.
LE – Como a empresa encara o futuro?
LCL – Estamos cada vez mais focados em tecnologia, na formação de pessoas e na governança. Sabemos que o mercado exige agilidade e capacidade de adaptação, e por isso investimos constantemente em inteligência artificial e sistemas robustos. O futuro está no uso estratégico da tecnologia para melhorar processos e resultados.
LE – Como é a relação com os produtores?
LCL – A relação com o produtor é de parceria total. Temos equipes que acompanham de perto a rotina, que dão suporte técnico e que buscam ajudar a resolver problemas de forma construtiva. O produtor é parte fundamental da nossa cadeia, e o sucesso da Piracanjuba também é o sucesso dele.
LE – O que representa a nova fábrica de queijos no Paraná?
LCL – A fábrica que estamos construindo no Paraná será a maior unidade individual de produção de queijos do Brasil. Isso mostra o quanto acreditamos no setor e no potencial de crescimento. A inauguração está prevista para o fim de 2025 e vai marcar um novo momento para a nossa presença nesse segmento.
LE – Internacionalização: sonho ou realidade?
LCL – Por enquanto é um sonho, mas é um sonho que nos inspira e para o qual estamos nos preparando. Sempre avaliamos possibilidades, mas é preciso maturidade e planejamento. Quando for o momento certo, vamos estar prontos.