Por Rafael Vaz
A Milky Moo, uma das marcas de milkshakes mais conhecidas no Brasil atualmente, está a caminho de um objetivo audacioso: chegar a mil franquias até 2025. Para isso, a empresa, que já soma 626 unidades espalhadas por todos os estados brasileiros, segue firme na busca por expansão, com planos de internacionalização e muitas inovações à vista. Mas, como em qualquer grande sonho, existem os riscos que merecem atenção.
A jornada da Milky Moo começou em 2019, quando dois amigos se uniram com o objetivo de criar o “melhor milkshake do mundo”. Com o nome inspirado por uma sobrinha do fundador Lohran Soares, a marca nasceu em outubro daquele ano, mas foi em março de 2020, dias antes do lockdown devido à pandemia de Covid-19, que suas portas se abriram ao público. Apesar do cenário desafiador, a empresa conseguiu se estabelecer e crescer rapidamente, a ponto de alcançar 626 lojas espalhadas pelo Brasil, com destaque para o Distrito Federal, onde já conta com 34 unidades.
Lohran Soares, fundador e CEO da Milky Moo, compartilhou, em entrevista exclusiva à Revista Leitura Estratégica, sua trajetória de vida e os desafios que enfrentou para chegar até aqui. “Trabalhei pela primeira vez aos 10 anos, vendendo brigadeiros para comprar chuteiras. Foi uma época difícil, mas que me ensinou muito sobre o valor do trabalho. Aos 17, consegui meu primeiro emprego como vendedor em uma loja de sapatos, e a partir daí fui traçando meu caminho”, lembra.
Em 2008, Lohran abriu sua primeira loja de sapatos no setor Bueno, em Goiânia, e a manteve por 16 anos. Durante esse período, conciliava o trabalho com a função de garçom no Outback Steakhouse, entre 2011 e 2014. Mas foi em 2019 que ele decidiu mudar de direção e fundar a Milky Moo. “A ideia de abrir a Milky Moo estava escrita nas estrelas. Eu e meu sócio, Paulo Sérgio da Silva, que infelizmente faleceu há um ano, estávamos indo abrir uma filial da loja de sapatos em um shopping, mas passamos em frente a uma loja de milkshakes e tivemos a ideia de criar algo diferente”, revela Lohran.
Com a perda de seu amigo e sócio, Lohran seguiu em frente com o sonho e a missão de tornar a Milky Moo uma marca global. “Nosso maior desafio foi a pandemia de Covid-19. Mas, com muito planejamento e inovação, conseguimos superar esse obstáculo”, afirma o empresário.

O futuro: mil franquias e internacionalização
Atualmente, com presença em todos os estados do Brasil, a Milky Moo está se preparando para alcançar a meta de mil franquias até 2025. “Não vamos mais abrir lojas em Goiás, já atingimos nosso teto de 69 unidades, e 34 no Distrito Federal. Agora, a ideia é expandir para novos estados e até mesmo países, como já fizemos com a inauguração recente de uma loja em Miami”, destaca Lohran.
Segundo ele, o plano de expansão está fundamentado em um profundo conhecimento do mercado e um planejamento estratégico cuidadoso. “Não tenho medo de que nosso objetivo de chegar a mil franquias não dê certo. Tudo é pensado com muito planejamento, e nossa equipe respira inovação”, diz.
Com novidades planejadas para os próximos meses, como novas parcerias, novos sabores e edições limitadas para datas comemorativas como Dia das Mães, Páscoa e Festa Junina, Lohran acredita que a Milky Moo está preparada para consolidar ainda mais sua presença no mercado. “O milkshake é um produto consolidado no Brasil, e sempre buscamos inovar para atrair cada vez mais clientes”, afirma.

Os riscos: desafios para a expansão
Apesar da confiança do CEO, a expansão rápida e ambiciosa da Milky Moo também desperta preocupações. Marcelo Guerra, especialista em franquias com mais de 20 anos de experiência, alerta para os riscos envolvidos. “Há riscos muito grandes para a expansão. O principal desafio é a capacidade de a franqueadora dar suporte adequado a todos os franqueados. O modelo de negócio pode ser prejudicado se as lojas forem muito próximas umas das outras, pois isso pode gerar um conflito de mercado, seja com donos diferentes ou com a mesma pessoa comandando várias unidades”, explica.
Além disso, ele destaca os riscos jurídicos. “O crescimento acelerado traz consigo desafios legais, como a necessidade de regularizar contratos e garantir que as franquias sigam os padrões estabelecidos. Se isso não for bem gerido, a imagem da marca pode ser prejudicada”, afirma.
Lohran, no entanto, parece estar ciente desses riscos e se mostra confiante na capacidade da Milky Moo de superá-los. “Vivemos o mercado e cada uma de nossas decisões é tomada com muito cuidado. Não vejo risco de alcançar a marca de mil franquias, pois estamos sempre preparados para adaptar e melhorar”, conclui.