A maioria das empresas ainda trata marca como um apêndice da comunicação. Um ativo de apoio. Um detalhe estético. Algo que entra em cena no final, depois do plano de negócios, do produto pronto, da indústria montada.
É um erro estratégico que custa caro. Isso porque enquanto se olha para a marca como embalagem, ela já está operando como estrutura. Marca não é sobre o que você diz. É sobre o que você sustenta.
Sustenta nos momentos de crise, nas decisões difíceis, nas reuniões que ninguém vê, nos limites que você impõe. Marca é o que permanece quando a campanha acaba.
Essa leitura muda tudo.
Quando bem construída, a marca não é um enfeite, mas um sistema de coerência. Um filtro para decisões, um alicerce para cultura, um norte para inovação.
Quando construída de qualquer forma, ela é um ruído disfarçado de reputação. Empresas que crescem sem consciência de marca correm um risco silencioso: o de escalar o desalinhamento, de crescer rápido e se perder pelo caminho.
Independente do seu momento de negócio ou porte da empresa, acredite em mim, o padrão se repete: a empresa cresce mais rápido do que sua identidade consegue sustentar.
E um dia, alguém no topo pergunta: “Quem somos hoje, afinal?”
A resposta não está num rebranding. Está numa reengenharia estratégica de coerência.
Marcas fortes não se reinventam o tempo todo. Elas se reconhecem.
E se existe uma pergunta que pode destravar essa virada, talvez seja essa: o que, dentro da sua empresa, já é marca, mesmo que você ainda não tenha assumido?

Ciro Ribeiro Rocha,
fundador da Enredo Brand Innovation.