A 1ª vez que eu ouvi o termo executivo ou empresário estadista foi com Oscar Motomura em um curso na Amana-Key, no início dos anos 2000.
Como executivo, implantei a Gerência de Relações com a Comunidade, que tinha a finalidade de parcerias estratégias com as prefeituras do local do empreendimento e das prefeituras vizinhas: escola de treinamento, apoio a instalação de universidades, financiamento de metodologia de ensino para o munícipio e recrutamento e seleção nas cidades parceiras, foram ações implantadas na minha gestão na empresa. Isso ainda nos anos 2000, quando ainda não se falava em ESG, responsabilidade ambiental, social e governança.
Agora, em um cenário empresarial cada vez mais complexo, faz-se necessário, cada vez mais, essa liderança: o empresário estadista. Este perfil transcende a visão tradicional do executivo focado exclusivamente no lucro, abraçando uma responsabilidade social e ambiental que se torna parte integrante da estratégia de negócios.
O empresário estadista é um visionário que compreende que o sucesso empresarial sustentável está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento social. Ele reconhece que as empresas fazem parte de um ecossistema social complexo no qual cada decisão empresarial tem repercussões que vão além dos resultados financeiros.
Cristão em seus valores fundamentais, este líder encontra na fé diretrizes éticas para suas decisões empresariais. A compaixão, a justiça e o cuidado com o próximo se traduzem em políticas corporativas que priorizam o bem-estar dos colaboradores, a sustentabilidade ambiental e o desenvolvimento das comunidades onde atua. Para ele, liderar uma empresa é exercer ministério secular.
Seu progressismo se manifesta na constante busca por inovação não apenas tecnológica, mas também social. O empresário estadista investe em diversidade, inclusão, educação corporativa e desenvolvimento sustentável, entendendo que o progresso verdadeiro é aquele que beneficia toda a sociedade.
Este perfil representa uma evolução natural do capitalismo consciente. O empresário estadista prova que é possível ser altamente lucrativo sendo socialmente responsável. Ele demonstra que investir em pessoas, comunidades e meio ambiente não é custo, mas investimento estratégico que gera retornos sustentáveis.
Suas empresas tornam-se laboratórios de inovação social, nos quais novas formas de fazer negócios são testadas. Ele influencia fornecedores, clientes e concorrentes por meio do exemplo, criando um efeito multiplicador que transforma setores inteiros.
O empresário estadista é, fundamentalmente, um construtor de pontes. Ele conecta o mundo dos negócios com as necessidades sociais, o lucro com o propósito, a eficiência com a humanidade. Em um mundo polarizado, ele representa uma terceira via: crescimento econômico com justiça social.
Este é o futuro da liderança empresarial: executivos que pensam como estadistas, que veem além dos próximos trimestres e constroem legados que beneficiam gerações. Eles provam que o verdadeiro sucesso não se mede apenas em números, mas no impacto positivo deixado no mundo.

Marcos Freitas,
Doutorando em Turismo, Mestre em Finanças, economista e sócio-fundador da AM Investimentos.














