Confira a baixo a resposta do colunista Marcelo José de Aquino para a coluna O Conselho.
O cenário econômico, jurídico e político é de incertezas relevantes e tudo indica que ainda vai demorar a passar, mas mesmo assim, ainda atraímos investidores, principalmente pelas oportunidades em infraestrutura, agora com as disputas geopolíticas internacionais, surgimento de novas tecnologias, em especial decorrentes da IA, ascensão de novas classes sociais, e pela crescente demanda mundial por produtos agrícolas brasileiros, entre outros.
Também, acelerar o crescimento da empresa, resolver problemas de sucessão, captar recursos e expandir as atividades são alguns dos motivos que têm levado os empresários fundadores a considerarem em sua avaliação a possibilidade de aceitar um investidor como sócio ou até mesmo vender a participação total, além de, é claro, colocar um bom dinheiro no bolso.
Diante desse cenário, as operações de M&A (fusões e aquisições) têm sido as formas encontradas por diversos empresários. No Centro-Oeste não tem sido diferente e atualmente, diversas empresas têm optado por esse tipo de transação, atraindo a atenção de investidores nacionais e estrangeiros.
Por mais que pareça ser uma boa saída, a decisão de vender a totalidade da empresa ou colocar parte à venda, aceitando um novo sócio no negócio, não é nada fácil e existem também muita frustração quando não se concretiza e depois de concretizada também !
É preciso calma, sangue frio e muita preparação técnica e emocional!
Existem barreiras relevantes para a entrada de um novo sócio com a divisão de poder e problemas na implementação de uma política de governança relacionada principalmente à prestação de contas.
Dificuldade em separar a pessoa física da jurídica, maior profissionalização da empresa e à equalização de problemas sucessórios, são condições imperiosas para que um parceiro estratégico, um fundo de private equity e, mais à frente, a possibilidade de abertura de capital sejam concretizados, principalmente quando começam os movimentos para simplificar a listagem na Bolsa.
Mesmo que não venha um novo sócio, vale ressaltar a importância da implementação e do aprimoramento da governança corporativa na empresa, em especial, quanto à qualidade das informações contábeis e se possível auditadas, controles internos, processos operacionais e aspectos societários, além da necessidade de instituir um processo robusto de sucessão e profissionalização da gestão quando aplicável. Esse processo de “organização da casa” deve fazer parte de um processo de suporte para longevidade da empresa e não apenas para entrada de um novo sócio.
Faça um diagnóstico prévio da sua empresa incluindo as vantagens competitivas e até mesmo as fraquezas, quais seus desejos e, onde você quer chegar com a sua empresa entre outras informações. Análise de mercado, dos concorrentes e um valuation feito por especialista, e sem o apego do dono, também será um bom insumo para avaliação e discussão!
Assim, de posse de tais informações, você dará um passo importante quando da decisão de aceitar um novo sócio ou vender tudo e abrir um novo negócio ou viver na beira do mar ou na fazenda contemplando o rebanho, as plantações e a natureza!
Já pensou nessa hipótese?

Marcelo José de Aquino
Sócio da Ganplo Treinamento e Governança, Membro de Conselho de Administração e Consultivo de empresas.