Redação
O indústria dos games é hoje uma das mais poderosas do planeta. Com faturamento global que já ultrapassa US$ 180 bilhões por ano, o setor movimenta mais recursos do que o cinema e a música somados. No Brasil, o mercado cresce a taxas de dois dígitos, impulsionado por uma geração hiperconectada, criativa e cada vez mais próxima da tecnologia. E é nesse contexto que Goiás se prepara para dar um passo histórico, conectando ensino, inovação e negócios em uma escala inédita.
Por meio de um edital internacional, a Gamer Latam, uma das gigantes globais do setor de jogos eletrônicos, firmou parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG) para a criação de um instituto internacional voltado à formação e pesquisa em e-Sports e tecnologias emergentes. O projeto prevê US$ 15 milhões de investimento ao longo de cinco anos para a construção de um prédio e a gestão de programas de capacitação, pesquisa e desenvolvimento.
A iniciativa já tem garantida a participação de empresas dos Estados Unidos, Espanha e Brasil, entre elas o Grupo Westtelco, a Northius, a Bloem Life e a Nectaco, e promete reposicionar Goiás como um dos principais polos de inovação tecnológica da América Latina.

Investimento estratégico e geração de oportunidades
O CEO da West Telco no Brasil e da Gamer Latam, Paulo David, explica que o projeto nasce de uma visão global sobre o crescimento exponencial da economia gamer e seu potencial de impacto social.
“O mundo gamer já explodiu muito forte lá fora. Nosso objetivo é trazer tudo isso para o mercado brasileiro”, afirma.

De acordo com ele, o novo instituto será voltado à formação em diversas áreas que ainda não existem no País, abrindo espaço para o desenvolvimento de novos perfis profissionais. A construção deve começar no início de 2026, com previsão de operação no primeiro semestre do mesmo ano.
“Goiás é um Estado que tem crescido muito em desenvolvimento e inovação. A qualificação que o projeto vai oferecer significa mais oportunidades de emprego e geração de renda”, complementa.
O CEO do Grupo West Telco, Eduardo Salayandia, ressalta que o investimento tem uma ambição maior do que a simples expansão empresarial.
“Queremos trazer muitas empresas para contribuir com o desenvolvimento do Estado de Goiás, principalmente nas áreas de tecnologia e inovação”, afirmou.
Conexões internacionais
O projeto é, por natureza, um ecossistema colaborativo. Da Espanha, o grupo Northius chega para estruturar o eixo de formação e capacitação profissional. Seu diretor para a América Latina, Alejandro de Marino, explica que a empresa traz um modelo de ensino inovador, voltado ao desenvolvimento integral do estudante.
“A Northius é a bússola que guia você em direção ao crescimento integral. Inspirados pelo Norte como símbolo de propósito, ajudamos as pessoas a encontrar seu rumo por meio de treinamentos inovadores e empregos de qualidade”, diz.

Dos Estados Unidos, a Bloem Life une-se ao grupo com foco em pesquisa científica nas áreas farmacêutica e agrícola. Fundada em [ano de fundação, se disponível], a empresa se destaca internacionalmente pelo desenvolvimento de soluções médicas e biofarmacêuticas inovadoras, utilizando canabinoides e outros componentes naturais. Reconhecida como líder global em pesquisa, cultivo, produção e distribuição de produtos voltados à saúde, a Bloem Life combina tecnologia de ponta com estudos avançados em biotecnologia para enfrentar desafios críticos da saúde global.
O CEO Victor Cardenas destaca que a companhia pretende ampliar sua presença em Goiás, trazendo inovação científica, novas oportunidades de emprego e fortalecendo o desenvolvimento econômico da região, ao mesmo tempo em que contribui para o avanço da medicina e da agricultura no Brasil.“Estamos liderando o caminho para um futuro mais saudável e sustentável, com desenvolvimento de produtos farmacêuticos inovadores”, explica.

Uma das principais expectativas nessa área é o desenvolvimento de uma pílula voltada ao tratamento de doenças graves, como câncer de pulmão, de mama, de pâncreas e leucemia infantil.
Já o Brasil também está representado pela Nectaco, empresa paulista especializada em infraestrutura para meios de pagamento e serviços financeiros. O executivo Cláudio Cruz vê a entrada no projeto como uma oportunidade de crescimento conjunto.
“Temos muitas coisas boas e grandes para realizar. Nossa expectativa é das melhores”, afirma.

O papel da universidade
Na visão do professor Leonardo Antônio, do Instituto de Informática da UFG, que coordena a iniciativa dentro da universidade, o projeto abre novas possibilidades de integração entre academia e mercado.
“O Parque Tecnológico da UFG abriu a porta para trazer novas oportunidades. A área de jogos aproxima os estudantes de algo que eles gostam, ao mesmo tempo em que estimula o empreendedorismo e a inovação”, observa.
Segundo ele, o impacto será percebido não apenas em cursos de tecnologia, mas em diversas áreas do conhecimento, impulsionando o ecossistema de inovação regional.
Um novo capítulo para Goiás
Com a convergência entre educação, inovação, ciência e negócios, o investimento internacional na UFG representa um marco para o Estado. Mais do que um novo prédio, o projeto simboliza a entrada de Goiás em um circuito global de tecnologia, economia criativa e pesquisa aplicada.
A expectativa é que o instituto atraia talentos, estimule startups, fortaleça a formação de mão de obra qualificada e consolide a presença de Goiás no cenário internacional da nova economia digital – aquela que une o entretenimento, a ciência e o desenvolvimento sustentável.













