Por Rafael Mesquita
Em meio ao tarifaço americano, com sobretaxa de até 50% sobre produtos brasileiros, é preciso criar mercados alternativos para as empresas goianas. A Feira Internacional do Comércio Exterior do Brasil Central (Ficomex) se tornou uma oportunidade para as companhias do Estado encontrarem novos parceiros comerciais.
“Não havia momento melhor para a realização de uma feira como essa. Tempos de tarifaço, incerteza e dificuldades, ninguém sabe para que lado as coisas vão acontecer. Nada melhor do que abrir negociação com os três pilares que estamos trazendo aqui: política pública, negócio e educação”, avalia Rubens Fileti, presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Estado de Goiás (Acieg).

Palestrante do evento, o jornalista Carlos Alberto Sardenberg considera que o tarifaço deslocou a geopolítica internacional. Se antes havia uma certa unidade no bloco ocidental, que ainda incluía Japão e Coreia do Sul, esse grupo foi obrigado a se aproximar mais da China, que oferece mercado, comércio e investimentos. “Uma coisa é certa, o Brasil precisa procurar parceiros comerciais. Sei que não é fácil, mas é o caminho que sobra para empresas diante das negociações políticas travadas e difíceis”, destaca Sardenberg. Ele ainda afirma que a Ficomex é realizada em um período muito importante. “Momento em que países, comércios e empresas estão se locomovendo neste novo mundo”, acredita.
Oportunidades não faltaram, já que a feira é o grande ponto de encontro do comércio exterior no Brasil no período em que é realizada, neste ano entre 4 e 6 de setembro, no Centro de Convenções de Goiânia. A feira contou com a presença de instituições de vários países, como Canadá, Espanha, Portugal, Coreia do Sul, Hong Kong, Emirados Árabes, Irã, Equador, El Salvador, Peru e Japão. O evento conseguiu impulsionar negócios e investimentos, além de diversificar as relações comerciais. Destaque para as exposições, apresentações culturais e rodadas de negócios. “A Acieg conseguiu um feito significativo, um evento em que há mais de cem embaixadas representadas, mostrando todo o potencial do Estado de Goiás”, afirma o governador Ronaldo Caiado.
O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, destacou a grandeza do evento. Segundo ele, a Ficomex tem trazido bons resultados para o Estado, unindo produtores e compradores do mundo inteiro. “Goiás passa por um grande momento na indústria e no comércio. As pessoas vêm procurar o que vender e levar para os seus países. A Prefeitura quer apoiar cada vez mais eventos como esse”, disse.
O presidente da Acieg avalia que a Ficomex ainda contribui para estimular a sustentabilidade dos negócios. “A feira faz a conexão entre vendedores e compradores, sendo um grande incentivo ao setor produtivo do Brasil como um todo e proporcionando um ambiente de negócios mais saudável e sustentável, em todos os sentidos”, acredita.
Gusttavo Lima: o embaixador empreendedor

O cantor sertanejo Gusttavo Lima foi escolhido como embaixador da Ficomex 2025. Responsáveis pela realização do evento, a Acieg e a Federação das Associações Comerciais, Industriais e do Terceiro Setor do Estado de Goiás (Faciest) escolheram o artista por ser reconhecido por seu espírito empreendedor.
Gusttavo Lima investe em diferentes áreas, como setor financeiro, gestão de carreira e eventos. Dessa forma, a presença do cantor no evento foi considerada um reforço do perfil da Ficomex como uma plataforma para expandir negócios e aproximar novos mercados.
Ele acredita que a vida artística também é sinônimo de empreendedorismo. “Ser músico é empreender. Comecei em barzinhos, clubes, restaurantes e nunca imaginei fazer sucesso dessa forma. Acreditava que faria um trabalho mais regional, no interior de Minas Gerais, mas a força do querer, da vontade de fazer acontecer, me ajudou muito a chegar até aqui”, revela.
O embaixador da Ficomex 2025 ainda destacou a relevância de Goiás no cenário econômico internacional. “Goiás se tornou uma referência mundial em protagonismo e negócios. Vamos apoiar empresários locais. Este é um grande momento para se fazer bons negócios e mostrar tudo o que o Estado tem a oferecer, não só para o Brasil, como para o mundo inteiro”, destaca.
Segundo o artista, muitas vezes falta oportunidade para aprender. “Educação financeira, por exemplo, precisa ser mais divulgada, podendo se tornar um alívio e uma maior esperança de vida longa ao empreendedor”, acredita. Diante das dificuldades, a informação e o conhecimento se tornam fundamentais. “Sabemos o quanto é difícil a vida do empreendedor, somos os primeiros a acreditar e os últimos a desistir. É possível construir um caminho mais justo”, finaliza.