Por Rafael Vaz
O Entorno do Distrito Federal será diretamente beneficiado com a construção da Estrada de Ferro Juscelino Kubitschek (EFJK/EF-030), projeto que promete conectar Brasília (DF) às praias do Espírito Santo, passando por Goiás e Minas Gerais. Com 1.360 quilômetros de extensão e investimento estimado em R$ 15,5 bilhões, a ferrovia é uma iniciativa da empresa Petrocity Ferrovias, integrante do programa Pró-Trilhos do Governo Federal.
A EFJK tem como principal objetivo impulsionar a economia regional ao facilitar o escoamento da produção do Centro-Oeste em direção ao litoral capixaba. O transporte inicial será voltado a cargas, mas há planos de incluir passageiros futuramente.
Em Goiás, o traçado corta um pequeno trecho do município de Formosa, integrando 38 cidades ao longo do percurso até o destino final, em São Mateus (ES).
Estrutura e benefícios previstos
De acordo com informações divulgadas pela Petrocity Ferrovias, o projeto prevê a construção de sete portos secos distribuídos entre o Espírito Santo, Minas Gerais e o Distrito Federal. Esses polos logísticos estarão localizados em São Mateus (ES), Barra de São Francisco (ES), Teófilo Otoni (MG), Montes Claros (MG), Unaí (MG) e no DF, com o objetivo de integrar diferentes modais de transporte – rodoviário, ferroviário, aéreo e fluvial, garantindo maior agilidade e eficiência no deslocamento de cargas.
Além do impacto econômico, a empresa destaca o potencial de geração de milhares de empregos diretos e indiretos, a dinamização de economias locais e a promoção de um modelo de desenvolvimento sustentável. A EFJK deve incorporar tecnologia de ponta e práticas voltadas à redução de emissões de carbono, reforçando o compromisso com uma logística mais limpa e moderna.
Desenvolvimento regional e integração nacional
Ao conectar importantes polos produtivos do Centro-Oeste, Sudeste e litoral capixaba, a Estrada de Ferro Juscelino Kubitschek surge como um vetor de integração econômica e logística. A expectativa é de que o empreendimento estimule novas cadeias produtivas, reduza custos de transporte e fortaleça a competitividade do agronegócio e da indústria regional.
Mais do que encurtar distâncias, o projeto busca estabelecer um novo eixo de desenvolvimento entre o interior e o litoral, consolidando um modelo de infraestrutura moderna, sustentável e voltada à interiorização da economia brasileira.
Situação atual do projeto
Atualmente, o projeto encontra-se em fase de análise ambiental pelo Ibama, que avaliará a viabilidade da obra a partir do Estudo de Impacto Ambiental (EIA). A previsão é de que a ferrovia seja concluída até 2031, segundo estimativa da própria empresa.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) foi procurada pela Revista Leitura Estratégica e informou, por meio de nota, que o empreendimento é de iniciativa privada, cabendo à agência apenas o acompanhamento do projeto, como ocorre em todas as autorizações ferroviárias – modalidade distinta das concessões.
A ANTT orientou que informações específicas sobre o andamento da EFJK sejam buscadas diretamente com a Petrocity Ferrovias e disponibilizou em seu portal oficial explicações sobre o funcionamento das autorizações ferroviárias, acessíveis em www.gov.br/antt.














