O Comitê de Pessoas (ou Comitê de Gestão de Pessoas, Remuneração e Sucessão) é um grupo de apoio ao Conselho de Administração que cuida de tudo o que envolve gente: remuneração, desenvolvimento, cultura e, principalmente, quem vai liderar a empresa amanhã.
Ele não contrata nem demite ninguém no dia a dia, mas define as regras do jogo e aprova as decisões mais importantes sobre lideranças e incentivos, para garantir alinhamento entre estratégia e talentos.
Normalmente reúne-se de 4 a 8 vezes por ano e é formado por 3 a 5 conselheiros independentes com experiência em gestão de pessoas – muitos dele ex-CEOs ou diretores de RH de grandes empresas. O CEO participa, mas geralmente não vota em temas de sua própria remuneração.
Suas principais pautas são: política de remuneração de executivos (salário fixo, bônus, ações e incentivos de longo prazo), plano de sucessão do CEO e dos principais cargos, avaliação de desempenho da alta direção, cultura, clima organizacional e programas de desenvolvimento de talentos.
Para o Conselho, o comitê traz clareza e segurança: transforma temas delicados e subjetivos (quem ganha quanto, quem pode ser o próximo CEO) em processos objetivos, justos e bem documentados, reduzindo riscos jurídicos e de imagem.
Para os executivos, ele funciona como um espelho honesto: dá feedback estruturado sobre desempenho, aponta gaps de competências e prepara sucessores reais, ajudando o CEO a montar um time mais forte e preparado para o futuro.
Para a empresa toda, o resultado é cultura mais saudável, menor rotatividade de talentos, atração de melhores profissionais e, principalmente, longevidade: empresas com comitê de pessoas ativo trocam de CEO com muito mais tranquilidade e são mais valorizadas no mercado. É o comitê que cuida do ativo que não aparece no balanço, mas decide o valor da companhia: as pessoas.

Ronaldo Guedes,
sócio da Lure Consultoria, Coordenador do IBGC e Diretor da Acieg.














