Não foram uma ou duas vezes que ouvi que transformar uma revista que circulou apenas 14 vezes entre 2017 e 2025 em semanal era um risco alto. Em março, decidi encarar esse desafio. Hoje, chegamos à décima capa em dez semanas. Dez edições entregues. Dez provas de que vale a pena.
Compensa?
Agora sou eu me perguntando. E vou desenvolver um raciocínio aqui para tentar me responder. São dez revistas entre março e abril. São mais de 350 páginas publicadas e mais de mil empresas, empresários e marcas regionais (a maioria goianas) impactadas, citadas e apresentadas ao mercado. Principalmente, valorizadas.
Visitamos histórias ainda mal contadas e recontamos. Cutucamos problemas. Levantamos perfis de pessoas diferenciadas que merecem mais valor do que lhes é concedido. Demos nossa cota de valorização.
Eu pesquiso empresas goianas há mais de duas décadas. Eu vejo o quanto são relegadas a um papel secundário na sociedade. Empresa só é notícia se falha, erra, mata ou quebra. Empresa serve para notícia negativa. Isso é histórico e vem de um comportamento social já secular. Não nos enganemos, a sociedade não é simpática às empresas. O empresário bem-sucedido é sempre alvo de dúvidas sobre a sua integridade.
25 milhões de empresas, milhares de entidades e lideranças Brasil afora e o diálogo social proposto pelos empresários é frágil, o mesmo de décadas atrás – sem conseguir mudar essa visão negativa.
Compensa fazer a Leitura Estratégica?
Sim. Compensa. Não nos faltam leitores nem anúncios. Mas tenho uma visão mais madura, mais consciente que a jornada será mais complexa que imaginei. E isso é bom, nos faz melhorar, refletir e agir diferente. E até entender de que lado está uma parcela menor dos empresários, que, mesmo na era ESG, ainda reforça a velha imagem social da empresa, distante, opressor, egoísta e esnobe. Vamos seguir otimistas. Obrigado.
Leandro Resende – editor-chefe da Revista Leitura Estratégica
Linkedin: leresende