O tema do artigo é duro, mas faltando poucos dias para o encerramento do ano, não há mais espaço para ilusões. As empresas que executaram, monitoraram seus números e mantiveram disciplina de gestão já sabem exatamente onde estão e para onde podem ir.
As que mais uma vez postergaram decisões, deixaram o fluxo de caixa correr solto e esperaram “um mês melhor” agora se deparam com a realidade crua: o ano acabou. E o mercado não tem paciência para quem empurra responsabilidades para depois.
O alto escalão, especialmente sócios e proprietários, precisam assumir suas realidades e afirmar que seus resultados não estão apenas nos relatórios, mas nas decisões que foram ou não foram tomadas. A verdade é simples e incômoda: a empresa que não executa paga mais caro. Mais caro em juros, em retrabalho, em desgaste de equipe, em perda de clientes e, principalmente, em perda de narrativa diante do próprio negócio. Conheço algumas que o discurso parece uma CTRL+C, CTRL+V anual, repetição.
Gestão não é sobre “querer fazer”. É sobre fazer mesmo quando o cenário não ajuda, mesmo quando o caixa aperta, mesmo quando as incertezas assustam. O combustível de qualquer negócio é o otimismo e perseverança.
Os líderes que tratam o fluxo de caixa como um painel estratégico e não como um problema apenas do financeiro conseguiram atravessar o ano com clareza e objetividade. Já os que ignoraram sinais, confiaram demais na intuição ou acreditaram que “depois a gente resolve” terão, inevitavelmente, um 2026 mais duro, e os próximos, se não mudarem a “prosa”.
A essa altura, não há mais plano mirabolante capaz de salvar um ano mal gerido. Mas há, sim, um movimento necessário: encarar a realidade sem maquiagem, admitir no que se errou e construir, com rigor, o ciclo seguinte. Pedir ajuda é um ato de amor no mundo empresarial também.
Isso vale para grandes corporações, para médias empresas e para negócios menores. Todas, sem exceção, precisam entrar em 2026 com outro nível de seriedade na execução. Menos discurso “TikTok”, mais ação; menos reunião, mais entrega; menos improviso, mais processo.
A virada estratégica acontece com postura e decisão firme. Ou se aprende com o ano que passou ou se repete os mesmos erros com mais consequências.
Já estava me esquecendo: se for perguntar para IA o que fazer ano que vem, não esqueça que a internet e a energia podem cair e você ficar sem resposta.
Melhor você correr e fazer.

Rondinely Leal,
executivo com 20 anos de experiência em gestão, com atuação em grupos nacionais e multinacionais. Contador por formação com especialização em análise e auditoria, MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria. Professor e consultor.














