Fundada em 1956, a estatal Centrais Elétricas de Goiás (Celg) absorveu todas as pequenas e médias empresas de energia que foram sendo criadas em todo o Estado por empresários goianos. Mas, nos anos 1990, a onda de privatização do setor elétrico brasileiro chegou ao país. Em Goiás, a Celg, apesar do excelente corpo técnico, enfrentava uma situação precária, com rede envelhecida, falta de investimentos e um endividamento monstruoso. E ainda assim resistiu por mais de uma década. Em 2010, diante de graves problemas financeiros e operacionais, Goiás transferiu o controle da Celg para a Eletrobras – para evitar o colapso. Em 2016, a empresa foi dividida e a Celg D (distribuição) foi vendida para a Enel (italiana) por R$ 2,1 bilhões. Em 2023, a Enel vendeu a concessão à Equatorial. A Celg Transmissão (Celg-T) foi comprada pela EDP Brasil em leilão realizado em outubro de 2021, por R$ 1,9 bilhão. Resta a holding, que possui ativos importantes da estatal, a Celg Par, que agora vai a leilão, em quatro lotes, com previsão de lance mínimo de R$ 195 milhões.
E NÃO SERÁ O FIM
Além dos quatro lotes de ativos da Celg Par, ainda sobrarão usinas de energia nas mãos do governo estadual. Aliás, bons ativos. As usinas de Rochedo e São Domingos, bens também valorizados no mercado e que serão vendidas em separado até 2026. Só então a Celg Par e, de fato, a história da Celg, será encerrada.
O LEILÃO
Os ativos colocados à venda pelo governo goiano no leilão de 30 de agosto, na B3, devem ter um bom número de interessados, prevê o diretor de Energia da Expert Brasil, José Sóter Arantes de Faria.
GOIANOS VÃO À COMPRA?
Quem sabe algum consórcio formado por empresários goianos vai às compras disputando pelo menos um dos lotes. Fatiado como está, abre a possibilidade, mas o histórico de empresários locais em privatizações de setores estratégicos no Estado é quase nulo. Existe pequena movimentação nos bastidores.
JBS?
O Grupo JBS, aliás, tem ramificado bastante sua operação – é dono da Âmbar Energia, que atua em geração, transmissão e distribuição, tendo feito recentes movimentações, como a assinatura de acordo para assumir a Amazonas Energia (um dos maiores ‘pepinos’ do setor). Não se manifestou e é mera especulação.
JOIAS DA COROA
O mercado espera que o valor mínimo de R$ 195 milhões receba um bom ágio. José Sóter lembra que, no último leilão levado adiante pelo Estado de Goiás, na ocasião da venda da Celg T, ao bater o martelo, apurou-se quase 100% sobre o valor mínimo.
ESTRATÉGICA
A venda em fatias, cita Sóter, foi uma boa solução. Segundo ele, o mercado é nichado e quem opera transmissão nem sempre se interessa em comprar ativos de geração e vice-versa. “Mirar nichos é uma ótima alternativa e provou que já deu certo anteriormente. O investidor vai em ativos definidos.”
QUATRO LOTES
Essa foi, aliás, a estratégia de dividir o leilão da Celg Par em quatro lotes. “Em dois deles estão concentradas as transmissoras e, nos outros dois lotes, as participações em usinas hidrelétricas, as de Fazenda Velha e a de Corumbá III”, aponta.
QUALIDADE
São ativos de qualidade: consolidados, operando e com previsão de ótimos prazos de concessão. Com isso, amortizam investimentos da aquisição com maior tranquilidade e baixo risco. Já compra com dinheiro no caixa pelos contratos em operação.
GOVERNO GOIANO
Já foi anunciado pelo governo estadual que o valor arrecadado com a venda do ativo na B3 será integralmente destinado à previdência estadual – o que reforça o caixa e a gestão da GoiásPrev – responsável pela aposentadoria dos servidores estaduais.
“Quando você não está feliz, é preciso ser forte para mudar, resistir à tentação do retorno. O fraco não vai a lugar algum.” Ayrton Senna
DICA DA SEMANA
Cidadão Kane
Vez ou outra, é bom voltar no tempo. O filme Cidadão Kane, de 1941, de Orson Welles, conta a história de vida do magnata da mídia Charles Foster Kane, que ao morrer, pronuncia a enigmática palavra “Rosebud”. Um repórter então é enviado para investigar o significado dessa palavra, levando-o a entrevistar pessoas que conviveram com Kane. Aclamado pela crítica, CK recebeu nove indicações ao Oscar e venceu na categoria de Melhor Roteiro Original, mas perdeu o de Melhor Filme, o que gerou uma grande controvérsia.
GO: FCO já liberou R$ 762 mi no trimestre
A Câmara Deliberativa do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) já liberou neste ano, de janeiro a março, o total de R$ 762 milhões para financiar investimentos em Goiás. Em maio, foram aprovados o total de R$ 369,4 milhões em 170 cartas-consultas (projetos) de investimentos nos setores rural e empresarial de Goiás.
O FCO tem um orçamento total de R$ 3,7 bilhões para este ano. Para os setores rural e empresarial de Goiás, estão previstos cerca de R$ 1,83 bilhão. No primeiro trimestre deste ano já foram contratados R$ 456 milhões em operações para o setor rural e R$ 306 milhões ao setor empresarial, totalizando R$ 762 milhões.
Sicoob UniCentro Br incorpora cooperativa de São Paulo
Com foco no relacionamento com a área da saúde e no fortalecimento do cooperativismo financeiro, o Sicoob UniCentro Br — maior cooperativa financeira do Centro-Norte e a terceira maior do Sistema Sicoob — anuncia oficialmente a incorporação da Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Médicos e Demais Profissionais da Área da Saúde (Medcred), com sede em Ribeirão Preto (SP). A fusão foi efetivada no dia 1º de maio e, com isso, o Sicoob UniCentro Br passa a atuar em mais quatro cidades paulistas: Barretos, Campinas, Jaboticabal e Ribeirão Preto. Ambas as instituições, com forte vínculo com a classe médica, agora unem forças para oferecer serviços financeiros mais robustos e ampliar o acesso ao crédito para os cooperados da Medcred.
Para o diretor-presidente do Sicoob UniCentro Br, Diogo Mafia, essa movimentação representa um marco significativo para as duas instituições. “Nossa cooperativa, conhecida por sua solidez e inovação, possui uma ampla gama de produtos financeiros, incluindo opções de crédito mais atraentes, serviços de investimento e soluções digitais avançadas. Com essa incorporação, os cooperados da Medcred terão à disposição um portfólio diversificado de serviços que antes não estavam ao seu alcance”, explica.

Aviva prevê faturar R$ 1,7 bilhão em 2025
A Aviva projeta faturar R$ 1,7 bilhão em 2025. A plataforma de viagens e entretenimento comanda as marcas Costa do Sauípe, Rio Quente Resorts, Hot Park e Turminha da Zooeira. Entre os novos projetos, está o lançamento oficial de um novo produto de fidelização inédito no País, voltado ao público de alto padrão. Em 2024, a Aviva atingiu o maior faturamento de sua história: R$ 1,4 bilhão. O resultado superou a meta orçada de R$ 1,3 bilhão em 7%, mesmo com parte do inventário dos resorts em processo de renovação. No ano, foram mais de 2 milhões de visitantes nos destinos e cerca de 536 mil diárias vendidas. A área de fidelização e suas três verticais – parques, hospitalidade e residenciais, mantiveram papel fundamental na geração de receita, sendo responsável por mais de 60% do total.
