Por Rafael Mesquita.
Empresário de sucesso, incentivador da cultura, defensor da educação, ambientalista e torcedor apaixonado do Vila Nova. Aos 68 anos, Leonardo Rizzo carrega uma trajetória que vai muito além do mercado imobiliário. Fundador da Rizzo Imobiliária, com quase cinco décadas de atuação, ele construiu uma carreira pautada por valores herdados da família e por uma inquietação que sempre o impulsionou a fazer mais. Para sua cidade, para as pessoas e para o País.
Nascido na Cidade de Goiás, em uma família com dez irmãos, aprendeu desde cedo a dividir e valorizar o que tinha. Filho de pai bancário e mãe dona de casa e costureira, viu no trabalho uma ferramenta de transformação. “Somos dez irmãos e por isso sempre soube dividir tudo”, relembra.
Aos 14 anos, mudou-se para Goiânia. A capital, ainda em plena construção de sua identidade urbana, apresentou ao jovem Leonardo grandes nomes do setor imobiliário. “Tive a chance de conhecer pessoas que fazem parte da história dessa cidade. Passei a trabalhar como assistente de grandes corretores”, conta.
Aos 18 anos, Rizzo embarcou para os Estados Unidos com o objetivo de se aprimorar. Morou no Texas, chegou a se arriscar como ator, mas foi observando a lógica empresarial americana que decidiu: queria empreender com o próprio nome. “Morei no Texas e vi a transformação. Depois de adquirir bastante conhecimento, decidi voltar para o Brasil e montar uma empresa com meu nome assim como ocorre entre os americanos”, explica.
O retorno veio em 1976. Dois anos depois, nascia a Rizzo Imobiliária. A empresa foi um sucesso, especialmente entre 1978 e 1984, aproveitando o bom momento da economia brasileira. O cenário, no entanto, logo mudou. “Depois veio a inflação e ficou bastante difícil. Mas com o Plano Real, o mercado felizmente voltou mais forte. Porém, nos últimos seis anos, a renda das pessoas voltou a cair. O Brasil sempre foi assim, nunca passamos dez anos ininterruptos sem enfrentar uma crise”, afirma. “Isso é reflexo da falta de investimentos em educação”, completa.
Mesmo diante dos obstáculos econômicos, Rizzo nunca recuou. “No início, tivemos vários desafios. Não tínhamos capital e fomos atrás de pessoas que tinham”, relembra.
Plano Diretor e contribuição para a cidade
Com participação ativa no desenvolvimento urbano da capital, Leonardo Rizzo também ajudou a construir o Plano Diretor de Goiânia, em 1988. “Atuei diretamente na área onde hoje é o Park Lozandes. Como Goiânia é uma cidade planejada, percebi que investir em uma empresa de imóveis seria um bom negócio”, revela.
A atuação de Rizzo sempre esteve ligada a uma análise crítica do País. Para ele, o Brasil sofre com a ausência de investimentos em áreas estratégicas. “O Brasil da produção é que tem salvado o país de um colapso. Países que investiram em educação estão muito à frente de nós. A China, por exemplo, tem a maior concentração de doutorados, fruto de 45 anos de investimentos em educação”, avalia.
Instituto Rizzo: a face mais bonita da trajetória
Se no mundo dos negócios Rizzo alcançou conquistas notáveis, é no Instituto Rizzo que ele encontra uma realização especial. “É a parte mais bonita do meu crescimento profissional, já que sempre quis destinar parte do que ganhei para ajudar as cidades que me acolheram”, declara.
Criado há 26 anos, o instituto é um espaço de valorização da arte, da cultura e, cada vez mais, do meio ambiente. “É um espaço dedicado à arte e à cultura, onde se acredita que a expressão artística é capaz de transformar realidades e despertar novos olhares”, explica.

Política, filhos e legado
Casado com Janaína, pai de quatro filhos – Wanessa, Rafael, Gabriela e Orlando – e avô orgulhoso, Rizzo vê na família o alicerce de tudo. “Todos os filhos trabalham na empresa”, conta.
Rizzo foi candidato a senador por Goiás em 2022 e a vice-prefeito de Goiânia em 2024. Seu envolvimento com a política surgiu do incômodo com a inércia dos governantes. “Ingressei na política por achar que os políticos de hoje não cumprem suas obrigações completamente. Não me arrependo de ter entrado, na política, mesmo não tendo sido eleito, porque a política é o espaço para se dizer o que pensa de forma democrática”, diz.
No futuro, ele sonha em ver o Instituto Rizzo ainda mais engajado com causas ambientais e espera contribuir com ideias liberais e projetos que tornem o País mais justo e digno.