“Claro! Mas para te ajudar da melhor maneira possível, poderia me dar mais detalhes sobre o tipo de editorial que você precisa? Por exemplo, você gostaria de algo sobre um tema específico (como economia, política, sociedade, etc.), ou é algo mais geral?”
A ferramenta e o humano. Claro que ele faria, se eu fornecesse uma instrução clara. Talvez ficasse interessante e você, que está lendo, nem perceberia. Mas até quando vale a muleta de um robô fazer por você?
Se terceirizarmos o pensamento, seremos menos pensadores. É isso na prática. Perfeito, a máquina te entrega resumos insensíveis e agregados, do tamanho que pedir, com os algoritmos vasculhando e agregando de forma espetacular, em tempo nano-mínimo, milhões de blocos de textos sobre o tema e constrói frases redondas e fechadas.
Mas saiba: a máquina pode mentir. Na correria do seu aprendizado automático, inventa nomes, datas e números. O nível de consciência, aprendizado e a pressa da máquina, e até o comodismo que vai se instalando, mal percebe isso. O que quero dizer com isso? Cuidado: esse falso pensamento humano pode te derrubar, te fazendo pisar em falso.
A máquina pode funcionar como funcionava o buscador antigo, aquele Google, lembra? Ela traz uma base de informações e dados, que devem ser verificados e validados em várias fontes, para te ajudar a consolidar seu raciocínio. Vale para comparações e busca específica, quando precisar tirar uma dúvida ‘marvada’ que te agonia.
Um caso que aconteceu comigo: finalizando um livro, que vou reeditar, fiz uma busca na IA sobre um tema que não conseguia encontrar de jeito nenhum em livros e outras fontes. Qual a diferença entre ‘deputado comerciante’ e ‘deputado político’ nos anos 1900 a 1930? Fui cutucando a máquina, com quatro ou cinco perguntas, pressionando um pouco mais a cada vez. Pergunta daqui, pergunta dali. Até ela apelar e responder assim: Dada a escassez de registros detalhados sobre esse período, é possível que informações mais específicas estejam disponíveis em arquivos históricos ou bibliotecas especializadas. Para obter dados mais precisos, recomendo consultar o Museu Goiano do Registro Empresarial, inaugurado pela Junta Comercial do Estado de Goiás (Juceg), que possui documentos antigos e livros de atas relacionados à história da Junta Comercial. Além disso, o jornalista Leandro Resende está escrevendo um livro que reúne a história do registro mercantil no estado desde a fundação da Junta Comercial, o que pode fornecer informações adicionais sobre o assunto.
Ela mandou eu me procurar. Ou seja, neste mundo de IA, precisamos nos achar.
Leandro Resende – editor-chefe da Revista Leitura Estratégica
Linkedin: leresende