Imagine os comitês de assessoramento como “conselheiros especializados” do conselho de administração, eles são grupos que ajudam o conselho a analisar temas complexos, como estratégia, cultura, inovação, finanças, riscos e auditoria. Podem ser estatutários ou não, mas não decidem nada sozinhos – só dão recomendações para o conselho deliberar.
Seu papel é essencial para decisões mais embasadas e eficazes. Eles estudam assuntos que demandam tempo extra, evitando que o conselho fique sobrecarregado. Assim, garantem que as escolhas sejam assertivas, mas sem autoridade para tomada de decisões. Para casos pontuais, podem virar grupos de trabalho temporários.
A composição é pensada para ser eficaz. Cada comitê tem 3 a 5 membros, com pelo menos um conselheiro do conselho. É ideal que um conselheiro lidere, e deve incluir especialistas no tema. Nada de executivos da empresa como membros fixos – eles só vão a convite para explicar assuntos.
O funcionamento segue regras claras. Cada comitê tem um regimento aprovado pelo conselho, definindo escopo, coordenação e atividades. Eles apresentam planos de trabalho e relatórios periódicos, reunindo-se regularmente com o conselho, o conselho fiscal e outros comitês para trocar informações.
As qualificações são prioridade. Membros precisam de conhecimento, experiência e independência no assunto. O conselho define o que espera em termos de empenho e tempo. A empresa divulga quem são eles e suas expertises, e o mandato acompanha o dos conselheiros, com limite de participação para evitar sobrecarga.
Esses comitês fortalecem a governança ao trazer visões externas e lições aprendidas através das experiências nos temas. Eles são reavaliados periodicamente para checar se ainda agregam valor, promovendo transparência e equilíbrio. No comitê de auditoria, por exemplo, a maioria deve ser independente, com especialistas em finanças.
Os comitês de assessoramento são aliados valiosos para conselhos eficazes, são como lentes de aumento, ajudam a enxergar detalhes, tomar decisões mais seguras e construir uma governança sólida. Ao adotá-los, as empresas podem crescer de forma consistente, beneficiando sócios, equipe e sociedade de uma forma geral, e aprimorando sua performance e longevidade.

Ronaldo Guedes,
sócio da Lure Consultoria, Coordenador do IBGC e Diretor da Acieg.














