SETOR DE EVENTOS: DO BREAK À RETOMADA

As empresas de eventos estão entre as mais afetadas pela pandemia. Por grande parte de 2020 e 2021, a maioria dos governos estaduais decretou medidas rígidas para evitar a aglomeração de pessoas, na tentativa de frear o avanço do coronavírus. Hoje, com a expansão da vacinação, a retomada já começou e boa parte das restrições foi retirada.

Lucíola Vieira (da Tree Eventos)


“Quando saiu a notícia da pandemia, nós ficamos uns 40 dias sem saber o que iria acontecer, como seriam as coisas dali pra frente”, conta Lucíola Vieira, sócia da Tree Eventos, empresa de Goiânia que atende toda a Região Centro-Oeste e é especializada em eventos corporativos. Segundo ela, a empresa ficou praticamente parada de março a julho, quando criaram uma solução para voltarem a produzir eventos.

“Ficamos pensando o que poderia ser feito. Nós tínhamos oito eventos aprovados que não foram executados porque se estendiam os decretos. Então surgiu a ideia de fazer um drive-in, um formato que foi trazido de volta no Brasil, para suprir essa falta de entretenimento, de eventos.”

 

A história se repete na GPX7, outra empresa goiana do segmento de eventos corporativos e congressos, especializada em som e iluminação, que também ficou parada por quatro meses. “Nos primeiros 15 dias fizemos um trabalho de preparo interno na empresa, pensando que esse momento duraria de 30 a 60 dias, no máximo”, lembra Leonardo Mundim, sócio-diretor da GPX7. “Passados 45 dias do lockdown, e sem perspectivas de curto prazo, entramos em trabalho interno para montagem de um estúdio para lives.”

O drive-in foi um evento feito pela própria Tree e contou com sessões de filmes, como uma forma de testar novas alternativas e mostrar para seus clientes que ela ainda era capaz de produzir grandes cerimônias.

Leonardo Mundim diz que, além do estúdio para lives, a GPX7 contou com a locação de equipamentos empresariais. “Na pandemia, explodiu a demanda de computadores e notebooks para home-office. Um dos pontos que trabalhamos mais, durante o fechamento, foi esse”. Em termos de mercado, a empresa de Mundim abriu as portas para o segmento híbrido. “Em novembro passamos a atuar presencialmente, fazendo eventos de 400 pessoas e agora iniciaremos eventos para mil pessoas. Depois de um break de 23 meses.”

A Tree Eventos também está em um momento de retomada dos trabalhos. “Hoje já estamos em um momento que tanto meu cliente está mais seguro em investir quanto o público está mais seguro em participar. As pessoas gostam do presencial, de interagir, de vivenciar. No evento corporativo, o networking é muito importante. Mas houve uma mudança positiva com a integração do digital nos eventos, que pra mim é um caminho sem volta”, disse Lucíola.

Publicado na Revista Leitura Estratégica Ed. 11, em dezembro de 2021